Dicas

Auxílio para prevenção de doenças e várias outras informações relacionadas.
15 Feb 2013
Os resultados não são compatíveis com o estado clínico do animal. E agora??

É importante lembrar que o diagnóstico laboratorial é um recurso diagnóstico complementar e não conclusivo, ou seja, de apoio, que pode confirmar ou não uma suspeita clínica inicial, nos direcionando então à realização de provas adicionais para que se possam traçar as diretrizes terapêuticas, preventivas e de controle para determinada enfermidade ou condição patológica. 
   
   Os exames laboratoriais não substituem em hipótese alguma uma boa anamnese e o exame clínico. Portanto, quanto maior o número de informações disponíveis ao clínico, maior a chance de se chegar a um diagnóstico correto. Além disso, nem sempre é possível estabelecer o diagnóstico a partir de uma única avaliação, podendo ser necessário acompanhamento seriado com o intuito de acompanhar a evolução de uma provável patologia em curso, uma vez que deve se considerar o dinamismo de várias enfermidades, como período de incubação, pré-patente, curso agudo ou crônico e resposta imunológica individual.

Todos os exames laboratoriais oferecidos pelo laboratório de apoio possuem valor diagnóstico determinado pela sua especificidade, sensibilidade e valor preditivo (grau de confiabilidade) e tais características são inerentes à metodologia utilizada nos ensaios. Portanto, a escolha dos exames a serem realizados é dependente da sintomatologia e/ou suspeitas clínicas, além de histórico do animal e dados epidemiológicos levantados pelo Médico Veterinário responsável, o qual deverá posteriormente associar todas essas informações e estabelecer assim um diagnóstico definitivo e diferencial para conclusão do caso.
Em algumas situações, ao solicitarmos um exame e a sugestão de demais provas complementares aos nossos colegas, em função de determinado quadro clínico, podemos nos deparar com resultados que nem sempre são esperados (resultados anormais ou normais que conflitam com a hipótese diagnóstica), o que às vezes pode nos surpreender e gerar dúvidas quanto a confiabilidade do serviço prestado pelo laboratório de apoio. Nesses casos o clínico deve se questionar quanto à existência de outras hipóteses (diagnóstico diferencial). Além disso, deve-se enfatizar que é relativamente comum alguns exames laboratoriais acusarem mais de uma enfermidade ou durante a realização de análises rotineiras, revelarem uma doença pré-existente que ainda não fora manifestada clinicamente.
Existem outros fatores que podem influenciar no resultado obtido e a grande maioria deles está ligada às variáveis pré-analíticas. Basicamente estão no preparo do paciente, na coleta, no armazenamento e na conservação das amostras. Todos esses fatores podem ser determinantes de uma interpretação deturpada dos resultados laboratoriais e levando a questionamentos quanto ao processo analítico.

            E quais são essa essas variáveis pré-analíticas?
 
O primeiro ponto a se destacar como variável pré-analítica é a habilidade do profissional, onde a falta de prática tem influência direta sobre o procedimento de coleta, armazenamento e conservação das amostras. Além disso, o conhecimento científico das enfermidades é fundamental para a escolha do conjunto de exames a serem realizados diante de determinado paciente, sinais e sintomas.
        Em segundo lugar, estão os fatores intrínsecos que devem ser levados em consideração na interpretação de resultados como sexo, idade, raça e gestação (influências biocronológicas – ciclo estral, circadiano e sazonalidade).  E os fatores extrínsecos que envolvem o jejum (que deve ser sempre e 8 a 12 horas), estresse e redução das atividades.
Em relação aos métodos de coleta e amostras, os principais ações que comprometem os resultados são: tempo de garroteamento excessivo, baixo volume de amostra, proporção inadequada do volume de amostra em relação ao aditivo (ex.:anticoagulante), tipo de acondicionamento de amostra (SEMPRE use tubo fornecido pelo laboratório), homogeneização e contaminação bacteriana. Além da identificação correta e completa do material coletado e o preenchimento da requisição de exames. Destaca-se também outro fator fundamental ligado à conservação de amostras, como oscilação de temperatura de geladeira na clínica veterinária, estabilidade de certos componentes biológicos in vitro, além de exposição à luz.


Fonte: Adaptação Tecsa Laboratório