Enfermidades

As principais doenças acometidas por animais domésticos e de criação.
29 Nov 2012
Gastroenterites: Parvovirose e Coronavirose em Cães e Gatos


         A parvovirose e a coronavirose são duas doenças infecciosas causadas pelos vírus mais comuns e conhecidas que afetam cães e gatos. Podem apresentar alta mortalidade, cerca de 80%, acometendo principalmente animais jovens e/ou animais debilitados. A sintomatologia clínica é apresentada principalmente pela forma entérica e é bastante semelhante nestas duas doenças e, por serem facilmente transmissíveis, é de extrema importância realizar um rápido diagnóstico para que as medidas de combate, controle e prevenção sejam tomadas.
 
 PARVOVIROSE:
       
Doença causada por um parvovírus (no caso do cão é o Parvovírus canino e no caso de gatos é o P. felino) de curso agudo já que o período de incubação varia de 1 a 3 dias pós primeiro contato com o agente. No caso dos gatos a doença é conhecida como Panleucopenia felina. Manifesta-se de duas formas, que são a forma entérica e a forma miocárdica. A forma entérica é mais freqüentemente reconhecida, por mostrar sinais evidentes. A forma miocárdica é geralmente diagnosticada no post-mortem (necropsia), pois a maioria dos animais morre subitamente sem mostrar sinais clínicos.
            É importante ressaltar que o desenvolvimento da doença está ligado a diversos fatores (carga antigênica muito alta acima da capacidade de defesa do organismo, baixa imunidade, condição corporal ruim, dentre outras). A vacina é o melhor método de prevenção da doença, pois estimula o sistema imune do animal a desenvolver proteção, mas, se o animal não estiver em perfeitas condições ou por qualquer motivo não desenvolver a resposta (produção de imunoglobulinas), ele poderá desenvolver sinais clínicos da doença.
 
PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS:
 
            Após o contato/ingestão com contaminados com o vírus, este ganha a corrente circulatória (fase de viremia) e invade vários tecidos, incluindo o timo, o baço, os linfonodos, a medula óssea, os pulmões, o miocárdio e finalmente o jejuno distal e o íleo, onde ele continua a se replicar. A replicação causa a necrose das criptas do epitélio do intestino delgado, com eventual destruição das vilosidades. Há morte das células e descamação da mucosa intestinal ocasionando uma queda na absorção e digestão dos alimentos causando diarréia nos animais que na maioria das vezes é sanguinolenta. Durante a fase virêmica há uma profunda leucopenia, especialmente linfopenia. No entanto, a leucopenia se transforma rapidamente em leucocitose devido à infecção secundária por bactérias à medida que os sinais clínicos se tornam mais evidentes. Outros sinais clínicos presentes são: elevação da temperatura corporal, vômito, perda de apetite e prostração e desitradatção. Nos casos em que há co-infecção por parvo e coronavírus os sintomas são mais severos ainda.
                  Já a forma miocárdica se manifesta mais em filhotes e raramente em cães adultos. Cães que se recuperam da forma entérica podem ser afetados mais tarde, durante a vida, pela forma miocárdica. Os sinais clínicos são devidos a ataque do miocárdio pelo vírus e subseqüente degeneração e inflamação do músculo cardíaco.
 
Fote: Retirada do site patologiaveterinaria
 
CORONAVIROSE:
 
         Doença causada por um vírus da família coronaviridae que também infecta cães e gatos. No caso dos gatos a doença é conhecida com Peritonite Infecciosa Felina. Assim como a parvovirose, a forma de contaminação também é principalmente pelo contato com fezes contaminadas. O curso da doença também é agudo, daí a importância de realizar exames laboratoriais com o intuito de identificar o agente já que a sintomatologia clínica é semelhante à parvovirose.
 
PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS:
 
         Assim como o vírus da parvovirose, o coronavírus também tem predileção pelo trato intestinal e raramente espalha por outros órgãos. Ocorre destruição das vilosidades intestinais seguida da descamação do epitélio intestinal levando a uma diminuição na absorção e digestão dos alimentos.
        A sintomatologia clínica é idêntica à parvovirose. Diarréia (que pode ser sanguinolenta), vômito, febre, letargia, desidratação e emagrecimento são os mais comuns e a manifestação também vai depender dos fatores já citados.
 
 
TRATAMENTO E PROFILAXIA:


O tratamento recomendado para gastroenterites é de suporte. Os principais objetivos do tratamento são restabelecer e manter o equilíbrio eletrolítico e minimizar a perda de líquidos. Nas primeiras 24 a 48 horas ou até cessarem os vômitos, deve-se suspender completamente a alimentação e ingestão de líquidos por via oral. Recomenda-se a aplicação de fluidoterapia, antieméticos, antibióticos e, em alguns casos, também é necessária a transfusão sangüínea.
 A vacinação dos cães é o tratamento profilático mais recomendado. Atualmente, há várias vacinas comerciais disponíveis. A primeira dose deve ser aplicada em filhotes com 60 dias de idade, seguida de reforço aos 90 e 120 dias e anualmente, durante toda existência do animal. Entretanto, em alguns casos, recomenda-se vacinar filhotes com 45 dias de vida, quando estes não receberam o colostro e suas mães não tenham sido vacinadas anteriormente.
            Durante o quadro clínico da doença, o animal infectado deve ser mantido isolado dos outros cães da casa, devendo-se evitar também a contaminação de jardins e lugares difíceis de serem desinfetados, os quais possam favorecer a persistência da partícula viral infectante. Após a infecção ambiental recomenda-se o vazio sanitário por um período mínimo de 30 dias para introdução de outro animal.
Apesar de todos os esforços na prevenção e controle das gastroenterites, esta doença continua a ser um problema na clínica médica veterinária, ressaltando a importância de campanhas de esclarecimento constantes dos métodos profiláticos e de diagnósticos precoce.
 
Fote:Retirada do site patologiaveterinaria
 
 
DIAGNÓSTICO
 
 
Animais com esta infecção podem apresentar cura espontânea ou mesmo após o
tratamento.O diagnóstico clínico é sugestivo, mas deve sempre ser diferenciado de gastroenterites bacterianas como a salmonelose e de outras gastroenterites virais como a cinomose. Alta infestação por vermes no sistema digestivo também podem ser confundidas com estas doenças daí a necessidade de realizar um diagnóstico diferencial. Os achados de hemograma mais freqüente são leucopenia com neutropenia,
O diagnóstico laboratoial se dá pela detecção precoce de vírus em fezes, inclusive antes da aparição de sintomas. Este exame não detecta antígenos de origem vacinal e não ocorrem reações cruzadas com parasitas da cinomose, hepatite infecciosa, parainfluenza e parasitas intestinais. Os teste sorológicos de Hemoaglutinação e Imunocromatografia servem para detecção de anticorpos IgG e IgM dos agentes causadores da patogenia.

Fonte: Tecsa Laboratório